quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A PASSAGEM PARA O ENSINO MÉDIO

Dra. Adriana Oliveira Lima

Com alguma freqüência encontro ex-pais da escola que reportam as dificuldades que os filhos tiveram ao sair da escola para entrar no ensino médio. Algumas vezes deixam transparecer certa “culpa” da escola por estas dificuldades. Não sabem eles que todos os jovens, de todas as escolas, têm esta dificuldade, vez que os conteúdos são inteiramente novos e exigem alto nível de abstração. De fato a maioria seria reprovada, da própria escola, caso fossem submetidos a estes testes (que, inclusive, variam de importância dependendo do número de vagas disponíveis). Por outro lado, são estas escolas que alimentam o sistema de educação paralelo chamado AULAS PARTICULARES ou REFORÇO ESCOLAR.

O que diferencia nossos alunos é a “volta por cima”, eles se adaptam com mais ou menos tempo, e tornam-se pessoas competentes, participantes e estudiosas na medida de suas escolhas (conscientes). Não temos dúvida de que a dificuldade que poucos alunos sentem, ao deixar nossa escola, são idênticas a de qualquer um em qualquer escola (mentem eles ao dizer que os outros alunos da própria escola estariam mais bem preparados, em escolas de massa estes são minorias), mas estamos certos de que, a despeito de tudo isto, nossos alunos, ao entrarem no sistema, serão brilhantes, estudiosos e cultos e com certeza buscarão ser felizes em suas escolhas.

Os pais amedrontados chegam a culpar a escola por estas dificuldades dos filhos e, às vezes, até a antecipar a saída deles da escola, abrindo mão do fechamento de estruturas importantes, para adaptá-los à mediocridade da educação brasileira. Nenhum pai/mãe de uma escola tradicional ousa culpar a escola da má performance do filho. Algumas vezes levam o irmão mais jovem, quando da saída do mais velho, sem ter maior preocupação com a individualização e atendimento às especificidades de cada filho.

Nossa escola prepara para algo mais grandioso, forma um cidadão responsável e competente. Basta que os pais aguardem um pouco e terão o retorno de todo o investimento feito em seus filhos e filhas.

Por outro lado, a grande preocupação com os conteúdos é infundada, pois os conteúdos são os mesmo indicados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Nossa diferença consiste na METODOLOGIA empregada e na ordenação compatível com as estruturas do desenvolvimento. Assim, não existe conteúdo que outra escola tenha dado e nós não.

Algumas vezes, a criança em nossa escola tira uma nota baixa ou indicamos a repetição de um estágio (interpretado pelos pais como reprovação) que a criança não alcançou satisfatoriamente. A dificuldade dos pais em aceitar é, às vezes, perturbadora. Os pais fazem uma intervenção junto à escola que, muitas vezes, prejudica o bom andamento das atividades.

Precisamos da parceria dos pais neste trabalho. Num país onde a qualidade da educação é muito baixa, nosso trabalho se destaca em cuidados e recursos empregados. Os investimentos feitos numa metodologia de trabalho como a nossa é a certeza de um retorno conseqüente. O jovem aqui formado é, no mínimo, mais culto, tem maior capacidade de liderança, sabe se colocar em situações adversas e tem maior espírito de responsabilidade individual e social que a maioria dos jovens de sua idade.

sábado, 25 de abril de 2009

O Vestibular esta no fim???????

O vestibular

O invencionismo na educação brasileira

Adriana Oliveira Lima

Que lástima ver a movimentação de um ministro em torno de um engodo nacional. Qualquer exame que suceda o vestibular cairá na mesma malha, a da desvalorização e intensa corrupção do ensino médio no Brasil.

Tudo em nosso país é folclórico. A Inclusão é uma ordem de entulhar crianças sem qualquer assistência, preparação técnica ou mesmo material; não é comprado sequer um material específico para as crianças com necessidades especiais... simplesmente se ordena que elas adentrem as salas de aula.

As cotas: não é precisa ir longe! Os absurdos já estão à tona, e o ridículo logo aparecerá, pois um país miscigenado não possui cor, possui apenas pobreza. Agora o governo quer arrecadar mais através do ENEM (seria esta a explicação?). Qualquer exame que suceda o vestibular fará brotar novos cursos preparatórios nos mesmos moldes, com o agravante de que se pegará a criança ainda mais jovem para submetê-la às barbaridades dos “decorebas” para preparação para exames.

A desmontagem do sistema corrupto do vestibular é muito mais séria que a vontade eleitoreira de um ministro sem história... já houve vestibular unificado, já houve tudo que o ministro vê como novidade e não deu certo... sabe por quê? Porque o âmago da questão é a estrutura educacional que profissionaliza no ensino superior, jogando todo o contingente de estudantes para as universidades; é também não acreditar em seu próprio sistema desqualificado de educação, impedindo que o aluno acumule pontos em sua vida acadêmica como ocorre nos Estados Unidos, por exemplo.

O fracasso de nossa educação é o resultado de burocratas arrogantes que ditam os currículos colocando no ensino médio uma quantidade de conteúdos que por sua impossibilidade lógica de se efetivar terminam por ser uma grande hipocrisia, onde o aluno aprende a passar em provas, uma vez que seria mesmo impossível aprender o conteúdo que se pretende ensinar.

Currículos e programas absurdos, conhecimentos desnecessários, escolaridades longas sem resultados práticos, universidades medíocres, incapazes de profissionalizar decentemente. Uma estrutura podre que demanda uma reforma mais profunda, mas sensata.

Não sabendo o que fazer, talvez o melhor seja deixar o vestibular como está e ir tratar dos processos de cotas mal resolvidas e da inclusão incompetente e mal sucedida.

terça-feira, 31 de março de 2009

BULLYING: O QUE É ISTO?

BULLYING

ADRIANA OLIVEIRA LIMA

Infelizmente não temos um termo em nossa língua que defina claramente o que é o BULLYING. Mas podemos indicar palavras que o descrevem tais como: colocar apelidos, humilhar, gozar, discriminar, intimidar, assediar, aterrorizar, chutar, empurrar, etc.. Em suma, são todas as formas agressivas, intencionais (sem motivação evidente) que crianças cometem contra colegas na escola. Esta violência pode ser física ou psicológica sendo esta última difícil de ser percebida pelos adultos que convivem com as crianças. Hoje pesquisas indicam que a cada dia mais de 250.000 crianças no mundo estão sofrendo algum tipo de BULLYING. A inocente brincadeira de antigamente virou agressão social...

Tem crescido o debate em todo o mundo sobre este fenômeno que levou estudantes a entrarem em escolas atirando nos colegas. O menino Samuel, em São Paulo, morreu por excesso de pancadas na cabeça decorrente de uma “brincadeira“ dos colegas. Este é um fenômeno não apenas mundial, mas que atinge todo tipo de escola, seja pública ou privada. Pais e professores devem estar atentos a este fenômeno, pois a intervenção dos pais ou da escola pode ajudar na superação deste comportamento e na proteção das crianças “perseguidas”. Mas grave ainda é que TODOS os envolvidos sofrem seqüelas deste comportamento.

As crianças que sofrem o BULLYING podem ficar marcadas para sempre, podem apresentar sentimentos depressivos ou podem tornar-se agressivos quando adultos, apresentando dificuldades de relacionamento. São crianças tristes, caladas e jovens que muitas vezes apresentam agressividade com a família, lugar que encontra para a “vingança”, o que faz os pais sequer suspeitarem de que sofre BULLYING na escola.

As crianças que cometem o BULLYING podem crescer com atitudes anti-sociais e mesmo tornar-se “delinqüente”, podem também tornarem-se depressivas (se são tomados por culpa mais tarde) e correm grande risco de contrariarem as regras sociais.A dificuldade de aceitar as regras e os limites sociais podem causar dificuldades de inserção profissional e afetiva na idade adulta.

Por fim, existem as “testemunhas”, aquelas crianças que não são vitima nem as que cometem o BULLYING, mas assistem quase sempre passivamente. Estas crescem, principalmente, com temor de tornarem-se sempre a próxima vítima. São crianças que por “não fazer nada” podem crescer inseguras e cheias de culpas e medos.

Em nosso dia a dia muitas vezes não percebemos que o simples “isolamento” de um colega na sala de aula já se enquadra no quadro de BULLYING e que as famílias e a escola devem agir desde cedo. Várias atitudes anti-sociais crescem em nossos dias e, sem percebermos, fazem parte dos nossos comportamentos, como: escolher os amigos que convidamos para nossas casas, centrar sempre nas mesmas crianças sem perceber que existem outras e reconhecer a riqueza que seria se nosso filho brincasse com todos os “tipos” de crianças de sua escola.

Fechar grupos sociais que não permitem a inclusão de novos membros e, até mesmo, discriminar por fatores religiosos, raciais ou econômicos são fatores de incentivo ao aparecimento do BULLYING no comportamento das crianças. Todos estes são gestos que precisam ser observados desde muito cedo e estar juntos família-escola no combate a todo tipo de BULLYING que possa aparecer em nossa vida social.