sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ESCOLHER ESCOLA PARA OS FILHOS.




Dra Adriana Oliveira lima

Há um ano atrás publicamos artigo sobre a escolha da escola par os filhos, no link a seguir
http://adrianaoliveiralima.blogspot.com/2010/11/escolhendo-escola-para-os-filhos.html

Retomamos aqui alguns tópicos e introduzimos outras possíveis discussões.

A primeira coisa que temos que compreender é que esta escolha ainda é muito insípida em nossa sociedade. O fato é que os pais, sem qualquer análise mais detalhada, procuram colocar os filhos nas escolas em que estudaram deduzindo (erroneamente) que se deu certo (?) para eles, também dará para seus filhos. Buscam igualmente o que é perto de casa. Muito poucos são os que realmente buscam ESCOLHER uma escola para os filhos.

Mas o que é escolher uma escola? Muitos constroem um rol de “exigências”. Colocam em suas listas critérios que vão desde a localização até os métodos pedagógicos.

Até os 12 anos as crianças apresentam as melhores oportunidades para seu desenvolvimento em todo o seu sentido e amplitude. Não podemos perder estas janelas. Assim, a escolha da escola correta para as crianças de até 12 anos é fundamental para o futuro delas. A escola corresponde a 50% da vida em vigília de uma criança.

Vejamos alguns pontos a considerar:

1. O NÚMERO DE ALUNOS POR SALA DEFINE O PRIMEIRO PASSO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO. Lembrar que não se trata da quantidade de adultos para cada criança em sala. Muitas escolas costumam pagar uma professora e um monte de babás para “pastorar as crianças. A Professora é uma liderança para qual a criança se volta e só pode ter uma pessoa dando ordem na criança. Os demais funcionários são para auxiliar a professora a seu pedido.

2. A distância de casa pode ser tudo, menos critério de qualificação de uma escola. Atravessamos muitos obstáculos para termos o que queremos. Escola e distância não se complementam como critério de qualificação. Ser perto significa apenas conforto para os pais, não tem qualquer relação com a escola e sua qualidade.

3. O transporte escolar deve ser desmistificado. Em quase 40 anos como educadora não soube ou vi um acidente com transporte escolar (salvo as aberrações do interior). É um meio seguro, pois os profissionais da área têm tudo a perder.

4. A escola deve cuidar da criança em seus aspectos físicos e psíquicos (emocionais e cognitivos). O que vai mudar é a forma: como “tomador de conta” ou como um processo educativo.

5. A educação em nosso país ainda é muito barata. Se comparada com a saúde já se pode ver. Mas se compararmos ao gasto num simples restaurante, a educação fica baratíssima (dois almoços em família pagam quase cem horas da criança em escola!).

6. O espaço físico deve ser adequado em termos de recursos. Não importa ter milhares de quadras e com elas milhares de alunos. Vão sobrar apenas segundos por dia para cada criança (basta dividir). O número de alunos define o elitismo nos times, as seleções e a inutilidade de ter tanto recurso para tão poucos “selecionados”.

7. Observar a relação entre o discurso e a prática não é obtido por uma visão “desconfiada da escola” (chegando em horários inesperados, “interrogando” funcionários, invadindo as classes). A relação entre o discurso e a prática está nos resultados efetivos das crianças. Tentar “pegar’ a escola já estabelece uma relação desrespeitosa e desconfiada (além de extremamente agressiva). Será que se faz isso nos hospitais? Nas lojas? Nos restaurantes?

8. Ficar dentro da escola para avaliar é o caminho mais seguro de não ter escolha. Mães não são capazes de isenção e a escola trabalha com o coletivo. Mães querem a total atenção aos seus “pimpolhos” e a escola trabalha com o grupo. Mãe só vê os perigos de um ambiente. Já a escola se preocupa com a adaptação da criança ao meio. Mães só podem ficar dentro da escola depois que os filhos já estão adaptados.

9. Olhar as outras crianças não leva a nada. TODAS as crianças tem o potencial de adaptar-se Criança fica em qualquer escola principalmente se os pais querem, por pior que sejam tais escolas. Crianças ficam em qualquer “bomba” por que sequer sabem que poderia ser diferente.

10. Não se escolhe escola em função dos “amiguinhos”. Os grupos são flutuantes e quase sempre os grandes amigos são moldados no ensino médio. Famílias mudam de bairros, de cidade, de país. Não se escolhe a escola pelo “amigo” que o filho tem. A capacidade de fazer amigos é que é o grande objetivo da escola. Amigos de verdade são os que o jovem fará em ato volitivo de escolha e investimento. As crianças precisam que os pais saibam o que estão escolhendo. Cada família deveria passar a segurança de sua escolha, nunca permitir que o filho ache que esta numa escola só porque o amigo tal ou qual está.

11. Enfim, o projeto pedagógico deve ser uma prioridade. Claro que o tempo levará os pais a uma maior familiarização com a metodologia. No início eles devem ter claro alguns tópicos gerais. O método deve condizer com o que os pais desejam para seus filhos.

DENTRO DA METODOLOGIA, OBSERVAR:

Uso de materiais concretos.

Acervo de material pedagógico e livros.

Material psicomotor

Material de todos os conteúdos.

Professores em contínua capacitação pedagógica.

Nível cultural das pessoas que comandam a escola.

sábado, 12 de novembro de 2011

ENEM X VESTIBULAR A GUERRAS DOS EXAMES


Dra Adriana Oliveira Lima

O ENEM não é uma novidade. Amigos, o Brasil trabalhou por anos com sistemas UNIFICADOS de seleção e portanto tem “algo de podre no reino da Dinamarca”. Por três anos sucessivos o ENEM tem problemas. Não. O ENEM pode até ter problemas, mas não os que apontam.

Ocorre uma resistência absurda a renovar sistemas em nosso país. As redes sociais mostram a “raiva incontida” de escolas e professores que não querem mudar. Sistemas de privilégios que vão por terra pois em última instância o ENEM termina por democratizar um pouquinho mais o acesso as FEDERAIS, antes reféns dos cursinhos milionários e das “crianças” ricas que após estudarem a vida toda na rede privada pagando bem as ditas boas escolas especializadas em passar alunos nesta o naquela opção, querem agora, no momento mais caro para o país o ensino superior gratuito.

Sabotar o ENEM é um objetivo tão ferrenho que começo a pensar que ele deve ter algo muito bom. Não debrucei sobre a questão no seu âmago, no seu coração, mas sei que, o tipo de seleção escolhida pelo Brasil tende sempre a exames “maratônicos” - milhares de questões e a exigência que para acesso a qualquer área do conhecimento tem que se saber TUDO! –Leia-se VESTIBULAR!!!!!! (na minha época tinha o científico e o clássico (bons tempos!- mas nem sabíamos!).

O Vestibular tem como objetivo final fazer um pente fino não de competências mas de classe social... mais ricos garantem mais vagas. A confirmação disto é a quantidade de alunos nas federais que são oriundos de escolas públicas serem irrisórias.

O sistema educacional bem acostumado a “ensinar” questões que caem no vestibular, fórmulas viciadas e “pegadinhas” grotescas, aliado a professores atores, especialistas em aulas-show e apostilas rentáveis está realmente assustada de perder seus guetos regionais de vendas e arrecadação de lucros.

A TV Globo começa a falar sobre o absurdo de três anos seguidos com erros... Erro é a corrupção neste país e o poder econômico tentando o retrocesso onde ele apareça. VIVA o ENEM (ainda que longe de ser um processo seletivo ideal) que permite a filha da minha funcionária fazer o exame cheia de esperança. VIVA a esperança e que o Brasil seja capaz de resistir aos ataques dos tubarões cuja ganância não tem limite nem fim.