sábado, 22 de novembro de 2014

A IMATURIDADE INTELECTUAL BRASILEIRA.



Reflexões sobre uma imbecilidade federalizadora em nosso país.
Dra Adriana Oliveira Lima




Sabe aquela briga entre irmãos ou colegas de escola quando você tem menos de 12 anos ¿ Um diz para outro- “ele também fez!”- “foi ele que começou”-“Foi ele que fez primeiro!”
Pois este é um comportamento normal numa criança mais preocupante para um adulto. Entretanto é o comportamento mais comum entre os brasileiros frente a decepção e insatisfação quanto aos seus desejos.
Desta forma a corrupção não escandaliza, apenas gera esta atitude infantil. Um cidadão adulto ficaria indignado e esperançoso de que indiscriminadamente TODOS os corruptos e corruptores fossem condenados e pagassem por seus crimes. Mas a baixa capacidade intelectual (não de inteligência, mas de maturidade) é comum para onde se olhe.  
Como nosso tema é educação, daremos o exemplo com o senador Cristovan Buarque propondo a federalização da educação municipal e o próprio senado divulgando esta ideia esdrúxula dizendo que o município não tem dinheiro e o Governo Federal, a UNIÃO tem.
Ai imploramos aos Deuses que expliquem ao senado que TODO dinheiro público tem sua origem nos impostos pagos por cidadãos e, portanto, quem tem dinheiro é o MUNICÍPIO e não a União, um ser abstrato inventado, que assume formas mais republicanas e as vezes mais autoritárias estatizantes. Esta última, como no Brasil, sequestra os impostos do cidadão para com ele jogar nas negociatas, nas ameaças, e finalmente na corrupção.
Olhe o que diz a chamada do senado
                             “uma educação de altíssima Qualidade custaria R$160 milhões por ano para uma cidade típica de 36 mil habitantes. Os municípios não têm esse dinheiro. A União tem”

A União não tem nada, por sinal quanto menos tiver melhor para a população. Mas acreditar que pessoas que estão a mais de 20 anos no poder, desde o fim da ditadura militar, estão num “blá blá blá elegendo-se no discurso da educação e da saúde sem contudo chegar perto de soluções que atendam as populações possam ainda fazer propostas é quase um filme de horror.  De onde tiram que saberiam fornecem uma educação de altíssimo nível¿
                             Os municípios não são  mais corruptos que a União (nos tempos que vivemos seria até absurdo ir por este caminho). O município é que deve gerir sua educação (tendo apenas alguns parâmetros nacionais), pois os recursos não seriam mais mal geridos e no fluxo da vivência democrática entre comunidades a melhora seria infinitamente mais rápida. Cada município procure seus caminhos tendo seus recursos garantidos.
Chega a ser ridículo pensar que “iluminados” encastelados a anos nas burocracias carcomidas dos ministérios, pessoas que vivem e morrem entre papeis e carimbos, que nunca viram salas de aula e suas dificuldade, sejam tão iluminados que seriam capazes de gerir a solução para a qualidade da educação brasileira, isso no mínimo é uma piada.

Agora imagine os 5.570 municípios brasileiros usando de sua autonomia orgânica buscando soluções, uns roubando mais outros menos, uns buscando no exterior, em outras experiências, outro com sua própria produção. O fato é que teríamos 5.570 comunidades atrás de soluções o que nos dar uma probabilidade muito maior de acertos e avanços.
O que não pode é continuar uma verba aqui outra ali, tudo de pires na mão na dependência de uma União deformada e autoritária.
Toda descentralização tende a maior democratização e maior desenvolvimento. Foi assim em todos os países de “primeiro mundo”.
Eu espero que os educadores digam não a esta aberração que fará nossa educação andar para trás no pouco que já avançou.